Exposição imersiva “Astro” transforma ciência em experiência sensorial em São Paulo

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Está chegando em São Paulo, a exposição “Astro”, que conduz o público por uma linha do tempo que costura passado, presente e futuro da astronomia. A estreia será no dia 25 de setembro, no Visualfarm Gymnasium, o primeiro laboratório de artes imersivas da América Latina, instalado em um galpão de 2.000 m².

Ao deslizar por um tobogã cósmico, o visitante é convidado a suspender a lógica do cotidiano e atravessar um portal onde ciência e imaginação se entrelaçam. O espaço abre as portas para uma experiência que ultrapassa as fronteiras do museu tradicional: uma jornada imersiva para se caminhar por outros planetas em que ciência, arte e ficção científica dialogam em escala monumental, com imagens reais da NASA, ESA, JAXA e outras agências espaciais, recriações artísticas e tecnologias inéditas desenvolvidas no Brasil.

Do brilho dos telescópios renascentistas às imagens enviadas por sondas interplanetárias, do fascínio da Lua à enigmática matéria escura, a narrativa da mostra “Astro” percorre grandes marcos da astronomia: das primeiras observações com telescópios à conquista da Lua, das imagens enviadas pelas sondas Viking e Cassini às descobertas dos telescópios orbitais Hubble e Webb. Conceitos complexos como matéria e energia escura, partículas subatômicas e formação de galáxias são traduzidos em experiências sensoriais que se manifestam em vídeo mapping, instalações sonoras polifônicas, realidade virtual e projeções em fulldome.

A curadoria científica é assinada pelo astrônomo João Fonseca, que dirigiu planetários em São Paulo e hoje atua como consultor em instrumentação para astronomia. Ele garante a precisão dos conteúdos, revisados e adaptados em diálogo com a equipe criativa liderada por Alexis Anastasiou, criador do Visualfarm Gymnasium. “Queremos despertar curiosidade e memória afetiva a partir de um contato sensível com temas que, muitas vezes, parecem inatingíveis”, explica Anastasiou.

Do lúdico ao cósmico

O trajeto proposto pela exposição inicia-se no passado, atravessa um tobogã-wormhole — instalação que mistura ludicidade e física teórica — e conduz o visitante por ambientes que simulam eras distintas da exploração espacial. No planetário de última geração, uma sala de 1.200 m² revestida de projeções 360°, superfícies planetárias com base em fotos reais de sondas americanas e chinesas são recriadas, e nas cabines de inteligência artificial cada participante que queira pode se transformar em um astronauta brasileiro.

“O sistema proprietário que criamos gera imagens em poucos segundos, mostrando homens, mulheres e crianças como protagonistas da corrida espacial. É uma maneira de reforçar a ideia de cidadania planetária, olhando para outros mundos para cuidar melhor do nosso”, afirma Alexis.

Para o diretor criativo, “Astro” não se limita a revisitar dados científicos: coloca o público no centro da experiência, como se a exploração do cosmos fosse uma possibilidade próxima e compartilhada. O fio condutor entre ciência, arte e ficção científica aparece tanto na simulação de missões históricas, como o programa Apollo, quanto na provocação de imaginar brasileiros plantando a bandeira nacional na Lua ou em Marte.

Os conteúdos criados exclusivamente para a experiência imersiva abordam a origem do Universo, a geologia lunar e marciana, os tamanhos relativos entre astros do sistema solar e o papel dos aceleradores de partículas como o CERN na compreensão da matéria em seu estado mais elementar. Tudo isso é transformado em narrativa estética por mais de 80 profissionais — entre designers, programadores, artistas, técnicos e sonoplastas — envolvidos na produção.

O Brasil no espaço

A equipe de criação do Visualfarm Gymnasium mantém diálogo com a Agência Espacial Brasileira e o Instituto de Aeronáutica e Espaço para trazer o contraponto nacional ao debate sobre a exploração espacial. O objetivo é que a experiência não seja apenas contemplativa, mas também formadora de novas referências. “Queremos que cada visitante saia com a sensação de que a viagem espacial, mesmo inalcançável para a maioria, pode ser vivida simbolicamente aqui dentro”, antecipa seu diretor.

Mais do que conhecimento, “Astro” propõe uma reflexão sobre pertencimento cósmico. Ao misturar imagens reais, reconstruções digitais e linguagens imersivas, a mostra sugere que a jornada espacial é também uma jornada interior; uma forma de entender a pequenez humana diante da vastidão do Universo, mas também a capacidade criativa e científica que nos trouxe até aqui. Em um tempo em que o espaço voltou ao centro da disputa tecnológica, “Astro” oferece um convite: transformar ciência em experiência estética e cidadania em consciência planetária.

Astro – Visualfarm Gymnasium
Praça Olavo Bilac, 38 – São Paulo (Próximo a Avenida Angélica e estação metrô Mal. Deodoro)
Data: A partir de 25 de setembro
Horários: Segunda, quarta, quinta, sexta, sábado das 10h às 20h (última entrada às 19h) e aos domingos, das 10h às 19h (última entrada às 18h)
Ingressos a partir de R$ 30, à venda na bilheteria do local ou em Ticketmaster.
Entrada gratuita para crianças até 6 anos. Meia-entrada para estudantes. Vendas para grupos.
Acessível para pessoas com mobilidade reduzida


Astro – Visualfarm Gymnasium – Divulgação


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