Xingu: Reflexos Indígenas no Design Contemporâneo, entra em cartaz no Museu A CASA do Objeto Brasileiro

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O Museu A CASA do Objeto Brasileiro recebe, a partir de 16 de agosto, sábado, às 14h, a exposição Xingu: Reflexos Indígenas no Design Contemporâneo, resultado de um processo colaborativo entre a designer Maria Fernanda Paes de Barros, do escritório de design Yankatu, e os artesãos do povo Mehinaku, do Alto Xingu (MT), em uma potente confluência entre o design e os saberes indígenas.

Além da exposição, o público terá acesso a um mini documentário inédito, que narra a trajetória do projeto e apresenta seus principais agentes e processos criativos. Também será disponibilizado gratuitamente um catálogo virtual, que contextualiza as ações do projeto e a parceria entre a Yankatu e os Mehinaku, com imagens, depoimentos e reflexões sobre o fazer artesanal e suas transformações.

A exposição propõe uma imersão do visitante pelo território artístico dos Mehinaku, reunindo objetos tradicionais – como bancos zoomorfos, cestarias e esteiras – e peças inéditas desenvolvidas em conjunto com a designer. Nas novas obras, Maria Fernanda evidencia o buriti, palmeira nativa que é a principal matéria-prima do trabalho das mulheres da etnia, e também os fios de algodão que ganham tingimentos naturais a partir de cascas de árvores nativas do entorno da aldeia. As obras refletem uma convivência imersiva e uma escuta sensível ao tempo e às necessidades da comunidade. Segundo a designer, a exposição apresenta como as criações ganham corpo, e o repertório da arte e do design brasileiros se expande, quando as interações são construídas de maneira ética, cuidadosa e horizontal.

Durante o processo de criação, o projeto promoveu oficinas de tingimento natural com mulheres da aldeia Mehinaku, reforçando seu caráter formativo e colaborativo. Para conduzir as atividades, foi convidada a pesquisadora Maibe Maroccolo, da Matriccaria, uma especialista em tingimento que tem mapeado o potencial tintorial de diferentes biomas brasileiros. A oficina propôs um intercâmbio de conhecimentos entre as técnicas ancestrais de tingimento já utilizadas pelos artesãos e práticas contemporâneas, despertando interesse e protagonismo das artesãs. O resultado gerou uma paleta de 12 cores que aparecem entrelaçadas em diferentes obras da mostra.  

Durante o período da mostra, que fica em cartaz até o dia 26 de outubro, objetos desenvolvidos entre a Yankatu e os artesãos Mehinaku, estarão disponíveis para venda na loja do museu. Será uma oportunidade para o público adquirir uma peça única carregada de história, tradição e inovação.

A mostra foi pensada para garantir plena acessibilidade ao público. O minidocumentário contará com tradução em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), os textos da exposição estarão disponíveis em Braile, e o espaço expositivo do Museu A CASA dispõe de rampas e banheiros adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. Além disso, os monitores foram capacitados para atender visitantes com deficiências cognitivas, promovendo uma experiência acolhedora, inclusiva e sensível às diferentes formas de percepção.

Realizada pela Yankatu e pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, a ação conta com patrocínio da Sherwin-Williams do Brasil. A entrada é gratuita.

Xingu: Reflexos Indígenas no Design Contemporâneo
Local: Museu A CASA do Objeto Brasileiro – Av. Pedroso de Morais, 1216 – Pinheiros
Abertura: 16 de agosto, sábado, das 14h às 16h
Período expositivo: de 17 de agosto de 2025 até 26 de outubro de 2025
Horário: De quarta a domingo, das 10h às 18h
Entrada gratuita

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